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O ensino como libertação do povo brasileiro


O final do ano letivo e perdido se aproxima.


Muitas famílias assistem inertes o derradeiro esforço de seus filhos em conseguirem melhores notas para, atingindo a média mínima necessária, serem promovidos para o ano seguinte, mesmo sem aulas.


O compromisso das instituições educacionais para com a formação intelectual de seus pupilos, endereçando-os a um futuro individualmente responsável e politicamente participativo, estará sendo colocado em dúvida a partir de seu desfecho.


Formar é seu propósito. Educar é seu meio.


Faltas então apontadas no sistema de ensino agora, serão responsáveis pelo sentimento de impotência gerado, que acompanhará o inculto em sua jornada pelo veio intolerante da ignorância, em uma economia de mercado cada vez mais exigente e impiedosa.


Ao matricular seus filhos, seja na rede pública ou privada, a família está criando a expectativa de, enviando-os à escola, estarem dando a eles a oportunidade de se munirem de cultura e educação necessárias à sua sobrevivência como futuros senhores de si e de seus ideais.


A falência dessa intenção vista pela reprovação intelectual do aluno no final do ano, dificulta sua conduta futura no processo de seleção do mercado de trabalho, impossibilitando-o de competir em igualdade de condições.


Reprovar significa eliminar. Eliminar é punir, mas não o aluno, pois este já estará sendo punido pela falta de expectativa. Punir sim a própria instituição que pela sua incompetência o condenou.


Baixos salários de seu corpo docente, seriam responsáveis pela falta de interesse em permanecer intocável em seu propósito educacional? A dança da batuta ainda teria intenção de reger com maestria o interesse do aluno, ou prover recursos meramente palpáveis na lei do mais fácil, dissimulando a verdade sob a égide negra de uma pandemia educacional?


O conteúdo cultural oferecido de maneira cúmplice e responsável, ao longo do período escolar aos desejosos e carentes alunos, deveria recompensá-los na colheita de novas safras de elementos pensantes e habilidosos, que experimentarão a doce batalha da vida com mais armas, encontrando assim um pouco mais de facilidades.


Constatada então a impossibilidade de aprendizado por erro ou desvio individual de comportamento ou por falhas diretivas no sistema aplicado, considerando o aluno como mero consumidor reprovado pelo produto oferecido, os contratantes, as famílias, devem impor ao Código de Defesa do Consumidor o julgo da questão, reclamando pelo maciço e sôfrego capital investido na iniciativa de adquirirem um produto estragado ou no mínimo ineficaz oferecido pelo Estado ou pela Instituição particular.


Essa irresponsabilidade incauta, deverá ser discutida e reavaliada, levando-se em consideração o futuro de toda uma geração que, sem culpa, colocará em risco a própria felicidade.


Essa geração vem acometida de doença crônica, pois as formas de educação aplicadas nos últimos anos, têm se mostrado altamente eficazes em formarem indivíduos inócuos, sem expressão, sem razão, sem poder de defenderem suas convicções provocando mudanças.


Calcada na expressão “pão e circo”, a política educacional brasileira instituiu a merenda escolar para segurar o indivíduo pela barriga e oferecendo um pouco de diversão, pois as aulas são assistidas e não participadas, transformou este indivíduo num cidadão altamente dependente das instituições. Assim, não discutem, não pensam, simplesmente votam.


Se o verdadeiro educador, quando respaldado pela instituição, voltando-se ao desejo de projetar em seus alunos o direito de se expressarem, participando de forma efetiva dos momentos vividos em salas de aula, fortalecendo valores, enaltecendo a moral, a ética, o respeito e o bom senso, experimentando a convivência com a similitude da lida na história do bem, integrando-se aos alunos no centro da sala, permitindo-os conhecerem a capacidade construtiva do amor em sua essência como alicerce do relacionamento humano, falando-lhes de regras de comportamento, de educação, daquilo que é o certo, o correto, fomentando a capacidade de defenderem suas próprias convicções, promovendo assim discussões positivas que culminarão num ensaio da vida, facilitando a expressão de ideias e motivos, fortalecendo principalmente o caráter, estará assistindo o nascimento de uma nova geração participativa, que terá em seu bojo o poder de simplesmente exercer o direito de ver, ouvir, pensar, falar e agir.


Esse investimento racional na educação de seu povo, fará do Brasil o berço de uma sociedade culturalmente rica, justa e pacífica, onde o certo continuará sendo sempre o certo. O Estado perderá seu poder centralizador, cedendo espaço à uma nova organização sociocultural cujo maior desejo, será o de ver suas instituições novamente valorizadas pelo orgulho de ser brasileiro.


Aí sim nosso futuro estará garantido.

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